quarta-feira, 12 de maio de 2010

Aprendizagem

Pensa-se que em adulto já se aprende pouco e quando se é idoso já não existe nada para aprender, mas o ser humano está ao longo da sua vida sempre a aprender. Existe um velho ditado português “burro velho não aprende línguas”, em que dá a ideia de que o adulto não está inclinado para novas aprendizagens; nos dias de hoje vários psicólogos confirmam que a aprendizagem não acaba.

É através dos problemas da vida quotidiana, os quais os adultos tentam arranjar formas de resolver, que se verifica o conhecimento e a aprendizagem na vida adulta. Vários autores com Smith e Knox afirmam que como o adulto precisa de dar resposta aos vários problemas que se lhe colocam pela frente, este está mais apto a efectuar novas aprendizagens.

Nos poucos estudos que existem acerca da vida adulta vários investigadores definiram alguns tipos de aprendizagens. A aprendizagem transformativa em que, segundo Mezirow, os adultos não têm novos conhecimentos que são “adicionados” aos já existentes, mas sim de transformação de esquemas de sentido (atitudes, reacções emocionais, crenças, etc., que constituem modos de expectativa e interpretação da experiência pessoal), construindo assim uma nova perspectiva de sentido que fará com que se crie outra visão da realidade. “Os aprendentes devem reflectir criticamente sobre as suas experiências, a qual por sua vez conduz à transformação de perspectivas”, essencialmente, a aprendizagem dos adultos envolve o “processo de justificação e validação de ideias comunicadas e de pressupostos das aprendizagens anteriores”. Os indivíduos agem de acordo com os princípios impostos. Brookfield afirmou que a aprendizagem moral na vida adulta é centrada em cinco fases que se interligam:

1. Aprender a estar ciente da inevitável contextualidade do raciocínio moral;

2. Aprender que a moralidade é determinada colectivamente, sendo transmitida e reforçada por essa mesma colectividade;

3. Aprender a reconhecer a ambiguidade do raciocínio moral e a acção moral;

4. Aprender a aceitar as próprias limitações morais;

5. Aprender a ser auto-reflectivo acerca do próprio raciocínio moral, envolvendo “ a aplicação da reflexão critica acerca das nossas decisões morais”.

Na entrada da vida adulta vamos aprendendo a moral do que nos rodeia com crítica e reflexão das nossas decisões.

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