sexta-feira, 7 de maio de 2010

Qualidade de Vida dos Idosos

Quando nos referimos aos idosos, por vezes, utilizamos o termo “velho”, que não é de todo adequado, uma vez que “velho” significa usado, gasto, inútil, entre outros. Desta forma, estamos a inferiorizar este grupo etário que mais tarde viremos a pertencer também. Este grupo que é tão importante como qualquer outro do nosso ciclo de vida, tem vindo a perder o seu espaço, a ser esquecido e menosprezado pela sociedade, já que ao reformarem-se deixam de pertencer ao mundo do trabalho, perdendo poder económico e consequentemente dependência do idoso em relação aos seus familiares.

A qualidade de vida destes “adultos grandes” varia em consonância com alguns aspectos fundamentais, dependendo da forma como se encontra o idoso física e psicologicamente. Entre eles podemos encontrar o ser activo e o ser sedentário, possuir uma actividade física moderada e regular ter ou não cuidados de saúde, possuir uma alimentação saudável ou não, não fumar nem ingerir bebidas alcoólicas (ou se sim com moderação).

Inquestionavelmente, a qualidade de vida encontra-se também associada a factores como a auto-estima, o bem-estar pessoal, que por sua vez abrangem aspectos relacionados com a capacidade funcional, o lazer, estado emocional, auto-cuidado, e o suporte familiar que tantas vezes é quase inexistente, e que daí podem resultar depressões, maus-tratos e em casos mais drásticos o suicídio (que embora exista, raramente é associado a estes).

“O envelhecimento é, antes de mais, um fenómeno biológico e natural”, mas no entanto podemos contrariá-lo se os aspectos anteriormente referidos forem cumpridos, ou seja, se levarmos uma vida bastante saudável, em relação à actividade física, à alimentação e à auto-estima. Deste modo, a qualidade de vida deste grupo poderá ser influenciada positivamente, podendo assim usufruir de uma vida melhor e mais feliz.

Por outro lado, idosos que não sigam uma vida promotora de uma melhor saúde estarão mais vulneráveis a certas doenças e ao seu rápido agravamento devido às suas frágeis características físicas e psicológicas que, consequentemente, irão espelhar-se na sua qualidade de vida, limitando-os a fazer certas actividades, como por exemplo, caminhar, serem independentes de familiares, entre outros.

Começam agora a surgir, ainda que muito vagamente, programas que têm como objectivo combater o isolamento e o sedentarismo. Algumas autarquias proporcionam actividades que promovem um envelhecimento saudável e equilibrado, nomeadamente, caminhadas, ginástica, jogos tradicionais, hidroginástica e ateliers (cerâmica, costura, rendas, Arraiolos, bordados, etc.). Além disso, também existem, em algumas freguesias e concelhos que, para combater a solidão e o isolamento promovem, sessões de leitura de contos, poemas e jornais, o visionamento de filmes, a discussão de temas propostos pelos próprios, participação em festas (Natal, Páscoa, Carnaval, entre outras), cantando, representando ou algo para animar a festa. Estas acções vêm trazer aos idosos maior resistência, vigor, felicidade, vitalidade e flexibilidade, sociabilizando mais, e uma melhor aparência, o que ao mesmo tempo os torna mais activos melhorando a sua qualidade de vida.

Os factores económicos não podem ser descurados e por isso é muito importante referir que as actividades anteriormente mencionadas são na sua totalidade gratuitas e de inscrição livre, desta forma, mesmo os idosos mais pobres, que não possam pagar poderão usufruir e divertir-se.

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